Autarcas preocupados com suspensão do Túnel do Marão pedem intervenção do Governo
A interrupção nas obras de construção do Túnel do Marão apanhou os autarcas transmontanos "de surpresa" dada a importância da infraestrutura para a região, pelo que esperam que o novo Governo resolva o problema "muito rapidamente".
Corpo do artigo
As obras do Túnel do Marão e os acessos pararam totalmente na segunda-feira e vão estar suspensas durante três meses por motivos de falta de verbas afectando, assim, cerca de 1400 trabalhadores.
O maior túnel rodoviário do país, que vai ligar Vila Real a Amarante, representa um investimento de 350 milhões de euros e deveria estar concluído no primeiro trimestre de 2012.
O presidente da Câmara de Vila Real, o social-democrata Manuel Martins, revelou à Agência Lusa "grande preocupação" por "mais uma" paragem nas obras do túnel.
Três meses, disse, "é muito tempo e vai atrasar a conclusão da obra, obra essa que tardou em chegar e que, neste momento, deveria estar quase finalizada".
A falta de dinheiro para a conclusão do Túnel do Marão é, segundo o autarca, uma questão "muito inquietante" porque o que está em quase é o "desenvolvimento" da região e de Trás-os-Montes.
A suspensão das obras no túnel é tida, pelo presidente da Câmara de Murça, João Teixeira, como "inaceitável" e "um atentado ou mais um atentado" ao desenvolvimento da região de Trás-os-Montes.
A construção do túnel, afirmou o edil socialista, "iria resolver a questão do para cá e para lá do Marão, por isso, espero que o Governo resolva este problema rapidamente".
O primeiro-ministro, afiançou, "tem aqui a sua primeira prova de fogo, pelo que como transmontano não pode deixar que a conclusão do túnel se arraste por muito mais tempo porque é uma obra que já vem tarde".
João Teixeira teme que a falta de financiamento venha também a afectar a conclusão da autoestrada (AE) transmontana, que liga Vila Real a Bragança, numa extensão de 130 quilómetros.
A interrupção do empreendimento do túnel vai afectar, segundo o presidente do Município de Santa Marta de Penaguião, Francisco Ribeiro (PS), "milhares de trabalhadores e por em causa a sobrevivência de algumas famílias".
Esta obra, salientou, vai permitir aproximar os transmontanos do resto do país e reduzir a sinistralidade rodoviária existente no IP4.
Por isso, "é preocupante assistir a mais uma paragem numa obra deste envergadura onde as questões financeiras deveriam estar salvaguardadas desde o início", frisou.
E, salientou, sendo o primeiro-ministro transmontano deve "ter especial atenção" a esta infraestrutura que é "essencial" para a região e que "não pode andar sempre a ser interrompida".