O presidente executivo da PT, Zeinal Bava, afirmou hoje, domingo, desconhecer o pedido de contacto feito pelo presidente do Conselho de Administração da empresa, Henrique Granadeiro, para esclarecer o primeiro-ministro sobre o negócio com a Prisa.
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Zeinal Bava falava na comissão de inquérito parlamentar sobre a eventual interferência do Governo no negócio entre a PT e a Média Capital, depois de ter sido questionado pelo deputado social-democrata Pacheco Pereira se Henrique Granadeiro o tinha informado que iria contactar o primeiro-ministro, José Sócrates, para conversar sobre este negócio.
"As relações com a 'golden share' [com o Estado] não fazem parte das minhas funções, não fazem parte da comissão executiva [da PT]. São da responsabilidade do Conselho de Administração da PT", começou por observar Zeinal Bava.
Neste contexto, o presidente da Comissão Executiva da PT disse que não teve conhecimento dessa diligência feita pelo presidente do Conselho de Administração da empresa.
"Não tinha conhecimento da reunião, ou dos contactos que o dr. Henrique Granadeiro possa ter pedido. Não tinha conhecimento e não tinha que o ter, porque não faz parte das minhas funções", alegou.
Na comissão, Pacheco Pereira confrontou também Zeinal Bava com o tema da "fuga de informação" em Junho do ano passado sobre as negociações entre a PT e o grupo espanhol Prisa para aquisição de parte do capital da Media Capital.
Na resposta, o presidente executivo da PT disse desconhecer de onde partiu essa fuga de informação, afirmando depois que esse tipo de situações "acontecem nos negócios em Portugal, como em qualquer país do mundo, e vão continuar a acontecer".
"Quando acontecem as fugas de informação, o negócio pode ficar inviabilizado, mas muitas vezes pode ser acelerado e até concretizado. Neste caso, não fiz caça às bruxas, porque esse não é o comportamento", declarou.
No entanto, Zeinal Bava criticou a atitude que esteve na origem dessa fuga de informação, adiantando que "as más acções devem ficar com quem as praticou, porque neste caso prejudicou claramente a PT".
"Se não tivesse existido essa fuga de informação, a probabilidade de nós termos conseguido concretizado a transacção teria aumentado", sustentou.