Bruxelas diz que austeridade deve ser aplicada "de forma inteligente"

Questionado sobre as medidas anunciadas por Pedro Passos Coelho, na sua declaração ao país sobre as principais linhas da proposta de Orçamento do Estado para 2012, o porta-voz dos Assuntos Económicos, Amadeu Altafaj Tardio, disse que a Comissão Europeia só fará comentários quando houver uma apresentação formal, mas disse que Bruxelas está "segura da determinação das autoridades portuguesas em fazer tudo o que for preciso para alcançar as metas acordadas", que reconheceu serem agora mais exigentes, face "a recentes desenvolvimentos, como o desvio (nas contas) da Madeira".

O comissário acrescentou que as medidas de austeridade em Portugal são necessárias mas devem ser aplicadas "de forma inteligente" e assimétrica. "Não se podem aplicar os mesmos cortes em políticas que podem ter um impacto importante em termos de crescimento" e no "aumento da produtividade da economia", frisou Amadeu Altafaj Tardio.

Já a Alemanha, afirmou que "observa com grande respeito a forma como Portugal está a trilhar o difícil caminho das reformas e mudanças estruturais".

"Ainda não conhecemos em pormenor as novas medidas de austeridade, mas o governo alemão observa com grande respeito a forma como o governo português e o povo português estão a assumir o difícil caminho das reformas e das mudanças estruturais da economia do país, e como tem posto em primeiro plano a estabilidade orçamental, o que não aconteceu nos últimos anos", disse o porta-voz da chanceler Ângela Merkel, Steffen Seibert, em Berlim.

"No nosso entender, Portugal está no bom caminho, como se constatou, aliás, no mais recente relatório da 'troika' sobre o vosso país, e tem o apoio do governo alemão para o que está a fazer", adiantou ainda Steffen Seibert à Agência Lusa, admitindo, no entanto, que Berlim ainda não estudou