O presidente da Associação Nacional dos Municípios afirmou, esta quinta-feira, que as câmaras vão encaixar 146 milhões de euros com a retenção dos subsídios de férias e de Natal dos funcionários, menos 100 milhões do indicado pelo Governo.
Corpo do artigo
Quarta-feira, no Parlamento, o secretário de Estado do Poder Local quantificou em 245 milhões o que as autarquias poderão encaixar para pagamento de dívidas com os subsídios de Natal e de férias dos trabalhadores da administração local.
"Tomáramos nós que fosse, mas não é esse valor", disse Fernando Ruas, esta quinta-feira, numa audição conjunta nas comissões parlamentares do Poder Local e do Orçamento e Finanças acerca do Orçamento do Estado para 2012.
"Nós não temos essas contas. As nossas são de 146 milhões. É uma diferença significativamente grande", sublinhou o autarca de Viseu.
Já à margem das audições, instados pelos jornalistas a justificar esta diferença, que ronda os 100 milhões, os membros da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) presentes nas audições revelaram que no global, 245 milhões é o que teria de ser pago pelas câmaras aos funcionários referente aos dois subsídios.
"Provavelmente não foram retiradas as excepções. Os municípios têm muitos funcionários abaixo dos mil euros e dos 600 e tal, o que faz com que não se aplique a redução da totalidade dos subsídios como acontece nos ordenados acima dos mil euros", explicou.
Fernando Ruas disse ainda discordar da retenção dos 13.º e 14.º meses, mas considerou que "é menos-mal a aplicação do dinheiro nas autarquias".
"Se é para reter o dinheiro para depois por no bolo do Estado que depois há-de consolidar outras dívidas, como a da CP, a da REFER ou da RTP, pois que sirva antes para consolidar as dívidas das autarquias", defendeu.