Cavaco diz que Europa evolui "a um ritmo demasiado lento face ao sofrimento das pessoas"
O presidente da República, Cavaco Silva, lamentou, esta sexta-feira, que a Europa evolua a "um ritmo demasiado lento face ao sofrimento das pessoas".
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"Na Europa tudo parece andar a um ritmo demasiado lento face ao sofrimento das pessoas em particular, no caso de Portugal, mas no caso dos gregos, dos irlandeses dos espanhóis, dos italianos e de outros porque todos estão a sofrer por esta Europa que ainda não foi capaz de encontrar o equilíbrio adequado entre resolução dos problemas do défice publico e o crescimento económico e a criação de emprego", disse, após uma visita a uma fábrica de cogumelos em Vila Flor.
Para o presidente da República os líderes europeus reunidos em Bruxelas devem fazer um "reexame" da linha de rumo que tem vindo a ser seguida na Europa.
"Alguma coisa tem que mudar na Europa. A união Europeia é vista hoje muito pelos cidadãos como a Europa da austeridade, eu acho que a Europa deve fazer todos os possíveis para se vista como a Europa do crescimento económico e da criação de emprego", defendeu.
Aludindo à reunião dos lideres europeus, em Bruxelas, Cavaco Silva, considerou que "não podem deixar de fazer um reexame sobre a linha de rumo que tem vindo a ser seguida para responder à crise do Euro".
"Há, não apenas em Portugal, mas em muitos outros países, um cansaço em relação às politicas de austeridade porque não é apenas Portugal, a Grécia, a Irlanda , Itália, Espanha, que estão em recessão", declarou aos jornalistas, em Trás-os-Montes.
O chefe de Estado português constatou que "a União Europeia, no ano que terminou de 2012, teve um crescimento económico negativo e a previsão para o ano de 2013 continua ser um crescimento negativo".
"Isto não pode deixar de envergonhar a Europa quando é comparada com outros blocos económicos em particular o bloco da América do Norte, da América do Sul, mas também o bloco da Ásia", acrescentou.
Cavaco Silva reiterou que "alguma coisa deve mudar na União Europeia" e lembrou que "ainda há dois ou três dias, o próprio presidente da Comissão Europeia e outros líderes europeus vieram dizer que a austeridade, os sacrifícios pedidos aos cidadãos europeus estavam a atingir os limites do aceitável, do tolerável".
"Ora, eu penso que alguém aqui em Portugal, há muito tempo que disse isso mesmo e uma das pessoas fui precisamente eu", continuou.