Presidente da República está em Faro, cidade que acolhe as cerimónias oficiais do Dia de Portugal este ano. À chegada, Cavaco Silva destacou o "destino comum" que o Algarve e o mar têm cumprido.
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"O Algarve e o mar têm cumprido um destino comum. O caminho para uma identidade algarvia será sempre definido como a busca de um encontro e de um abrigo num abraço permanente com o mar", afirmou o chefe de Estado, na sessão solene na Câmara Municipal de Faro, que marcou o arranque das comemorações do 10 de Junho.
Num breve discurso, Cavaco Silva, que é natural do Algarve, deu particular atenção à identidade algarvia, destacando a "relação umbilical" que este tem com o mar.
Evocando palavras do poeta António Pereira, o Presidente da República considerou mesmo que a "relação umbilical do algarvio com o mar que mora ao fundo da sua rua é, de certa forma, a sua identidade".
Uma identidade "de projecto, transformadora e com futuro" que, sublinhou, poderá ser reforçada com "o aprofundamento de uma relação singular entre a geografia e a história, entre a natureza e a cultura".
Na intervenção, Cavaco Silva lembrou ainda a história de Faro, onde em 1249 terminou a reconquista e se definiu o território. Por isso, salientou, Faro é um "símbolo nacional de integridade e obra acabada".
"Reencontrar o antigo em Faro é fácil. Basta contemplar as pedras que o tempo preservou. Dar-lhe vida, contudo, é bem mais difícil. Tem de se ir além do que a vista alcança, visitar a história para encontrar o seu sentido simples e profundo. Julgo poder dizer que as pedras desta cidade são a prova de um modo de ser que, na sua essência, é um encontro de povos e cultura", referiu.
Cavaco Silva deixou ainda uma nota sobre a "numerosa comunidade estrangeira" que encontra no Algarve o seu "lar adoptivo" e continua "a história de encontro de cultura" do "Algarve da beira mar, do barrocal e da serra, que sempre foi ponto de abrigo e de encontro".
Antes da sessão solene da Câmara Municipal de Faro, o Presidente da República prestou ainda homenagem a João de Deus, depositando uma coroa de flores no monumento ao poeta no Jardim Manuel Bívar.
Depois, o chefe de Estado fez a pé o caminho que separa o Jardim e o edifício da Câmara de Faro, passado pelo Arco da Vila.
Já no Largo da Sé, assistiu à cerimónia militar do içar da bandeira.
