Se falhar, como tudo indica, a estratégia de amarrar Passos Coelho a um “co-orçamento” para 2011, os socialistas terão de arranjar uma “muleta” para a viabilização do documento que estão a preparar.
Corpo do artigo
Enquanto aguarda sinais do CDS-PP, o parceiro que se seguirá no caso de a negociação com os sociais-democratas estar mesmo comprometida, o Governo, segundo fonte oficial, “está disponível para negociar com todos os partidos que mostrem disponibilidade para isso”.
O caminho a seguir pelos socialistas vai ser avaliado à luz das condições que, entretanto, forem tornadas públicas. Mas é já claro que não se irão virar para a Oposição de Esquerda. Se ainda houvesse dúvidas, seriam eliminadas pelo ministro Teixeira dos Santos, ontem, quinta-feira, no debate parlamentar, quando, dirigindo-se a Heloísa Apolónia, dos Verdes, disse não valer a pena voltar-se para o lado esquerdo do hemiciclo.
Consciente deste cenário, o CDS-PP já pôs as suas condições: Não haverá OE, se o código contributivo não for revogado e se o projectos de avançar com as grandes obras públicas, como o TGV, não for abandonado definitivamente.
As atenções socialistas e mediáticas vão agora focalizar-se nos democratas-cristãs, que, para hoje, sexta-feira, no Parlamento, marcaram um debate de urgência, exactamente, sobre grandes obras públicas, onde estará o ministro António Mendonça.
A forma como decorrer o debate marcará o tom da discussão política dos próximos dias.