A CGTP defendeu, esta quarta-feira, junto do Governo a renegociação da dívida portuguesa em "todas as suas dimensões", nomeadamente a nível de prazos e juros.
Corpo do artigo
Não esclarecendo vincadamente se a renegociação implicaria mudanças no montante da dívida, Graciete Cruz, da comissão executiva da CGTP, sublinhou contudo que a central sindical é contra o não pagamento da dívida soberana de Portugal.
A representante da CGTP falava aos jornalistas no final de uma reunião com o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, sobre a cimeira europeia de quinta e sexta-feira.
A CGTP defendeu junto de Paulo Portas as "propostas alternativas" para o caminho traçado para Portugal pela 'troika' internacional e "ao caminho que tem sido apresentado", colocando em cima da mesa a hipótese de novas greves e manifestações "contra os problemas" com que Portugal enfrenta.
"É preciso emprego de qualidade, é preciso valorizar os salários e as pensões", declarou Graciete Cruz, sublinhando que "não é apenas pelo aumento das exportações" que o problema da economia portuguesa se resolverá.
Sobre o relacionamento com o novo Governo, a sindicalista diz que "o tempo dirá" qual o sentido dessa relação, mas a central sindical diz ser necessária uma "abertura política para a agenda sindical".
"Não podemos ter um diálogo de surdos", alertou, realçando o objectivo de aumentar o salário mínimo nacional este ano para os 500 euros, "como acordado em 2006".
A CGTP foi a segunda central sindical a ser recebida de tarde pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, depois da UGT.
Paulo Portas recebe ainda hoje as confederações patronais (CCP, CIP, CAP e CTP).