Defensor Moura critica Cavaco por "esperar para estar de mãos atadas" para convocar partidos
O candidato à Presidência da República Defensor Moura criticou hoje, segunda-feira, o Presidente da República, Cavaco Silva, por "esperar para estar de mãos atadas" para decidir ouvir os partidos políticos sobre a situação económica e social do país.
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"Acho inacreditável que Cavaco Silva tenha esperado para estar de mãos atadas para libertar a sua iniciativa", disse, em declarações à Lusa, Defensor Moura, à margem de um encontro com o reitor da Universidade Fernando Pessoa, Salvato Trigo, no Porto.
Para Defensor Moura, O Presidente da República é também "responsável" pela actual situação do país, uma vez que "deixou cair" a oportunidade que teve de "exercer a sua magistratura de influência sobre os partidos e outros órgãos de soberania".
O candidato considerou "inacreditável" que Cavaco Silva só tenha agora decidido convocar os partidos com assento parlamentar para discutir a actual situação económica e política do país.
"Esperou por um período em que já não tem podes para pressionar, quer a oposição quer o Governo para que se entendessem, quando não tem o poder para dissolver a Assembleia da República", disse, acrescentando que o Presidente da República "peca por ser tardio, por já não ir a tempo de limpar a imagem má, de paralisia e de ineficácia que deixou nos portugueses".
Considerando que Cavaco Silva teve nove meses para tomar estas diligências, Defensor Moura questionou como é que "ele deixou chegar o país a este ponto, deixando que esse pântano político se mantivesse com profunda descredibilização do Governo perante os portugueses, mas também pelos credores de Portugal no estrangeiro".
Defensor Moura adiantou à Lusa que, na sequência do encontro desta manhã, o reitor Salvato Trigo faz agora parte da Comissão de Honra da sua candidatura.