O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, afirmou, esta quarta-feira uma reunião com os deputados da maioria PSD/CDS-PP que, sem medidas extraordinárias, o défice deste ano seria de 6% ou mais.
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Vítor Gaspar anunciou na terça-feira, na apresentação de resultados da quinta avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal, que a meta do défice deste ano foi revista de 4,5 para 5 % do Produto Interno Bruto (PIB).
Nessa ocasião, o ministro das Finanças adiantou: "Até ao final do ano iremos proceder a medidas adicionais de controlo de despesa e ainda ao aumento da tributação sobre imóveis de elevado valor e sobre os rendimentos de capital. Este esforço adicional é necessário para cumprir o limite agora revisto para 5 por cento do PIB em 2012".
Esta quarta-feira, Vítor Gaspar esteve reunido durante mais de três horas com os deputados da maioria PSD/CDS-PP e foi questionado sobre qual seria o valor real do défice deste ano sem novas medidas.
Fontes parlamentares disseram à Lusa que o vice-presidente da bancada do PSD Miguel Frasquilho foi um dos deputados que colocaram esta questão, tendo pedido a Vítor Gaspar esclarecimentos que ajudassem "a fazer uma melhor defesa" das medidas de austeridade adotadas pelo Governo.
Quanto à revisão das metas do défice, Miguel Frasquilho recordou que tinha defendido essa "flexibilização" que, no seu entender, "era uma inevitabilidade".
No que respeita à redução da taxa social única, o antigo secretário de Estado e do Tesouro e Finanças afirmou apenas que a sua posição é pública, acrescentando que não é "um entusiasta" dessa medida, "ainda para mais nestas circunstâncias", segundo fontes contactadas pela Lusa.