<p>Tenho "sérias dúvidas" que o sistema de segurança informática da Presidência da República "seja facilmente violável". Para Manuel Castelo-Branco, director-geral da Panda Security Portugal, é "inimaginável que Belém não tenha um sistema de segurança credível, robusto". </p>
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Ao existir uma "violação" do sistema, esta só poderia ter acontecido através de um "ataque" externo à Presidência e levado a cabo por pessoas munidas de "mecanismos muito avançados". O especialista acredita que "a Presidência está munida de aplicações" para proteger a infra-estrutura da sua rede.
Já Francisco Rente, coordenador de um projecto que mede o nível de segurança da Internet portuguesa, afirma que "só o facto de existir a dúvida por parte do Presidente da República" no seu sistema informático, pode significar que quem implementou o sistema "não o fez correctamente" ou, "pelo menos, não explicou ao Presidente que existem garantias de segurança", o que o poderá ter levado a duvidar das mesmas.
O projecto de que faz parte avaliou o nível de segurança do sector público português e considerou-o "perigoso".
Segundo o mesmo estudo, um em cada cinco computadores do Estado está vulnerável a ataques via Internet. No entanto, Francisco Rente salienta que "não é por falta de tecnologia" que não há segurança.
Nuno Carvalho, um outro especialista em segurança informática, entende que a segurança das mensagens de email, incluindo as do sector público, poderia ser reforçada através de uma "assinatura digital", para "comprovar que o email é enviado por quem diz que o enviou", e através da encriptação, que permite codificar a informação dos emails, de forma a que, se este for interceptado, o conteúdo não esteja acessível. "Não é a Internet em si que tem falhas", refere. "Cabe aos administradores dos sistemas informáticos implementar medidas de segurança, para assegurar confidencialidade". No entanto, acrescenta, o problema passa, muitas vezes, pela "falta de conhecimento dos utilizadores", que "não tomam os devidos cuidados".