Alberto João Jardim disse hoje, sábado, que se fosse líder parlamentar na Assembleia da República, depois da aprovação da Lei das Finanças Regionais, teria apresentado uma moção de censura ao Executivo e uma alternativa de Governo.
Corpo do artigo
Alberto João Jardim falava no Aeroporto da Madeira na chegada à região depois de se ter deslocado a Bruxelas e a Lisboa, tendo participado na reunião do conselho nacional do PSD.
"Eu se fosse líder do partido tinha apresentado moção de censura ao Governo, mas previamente combinada com outros partidos, porque esta Lei de Finanças Regionais da Madeira confirmou ser possível haver um compromisso histórico entre os partidos da oposição", disse.
Esta possibilidade de um "compromisso histórico" com a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, e com o Presidente da República, seria no sentido de Portugal deixar " de ser um país de carácter siciliano como tem sido nos últimos tempos".
Esta ideia foi defendida por Alberto João Jardim na última reunião da comissão política regional do PSD/M mas não teve eco no Continente porque, defende, "vivemos num pais de censura, é inconveniente que apareça uma solução alternativa a um governo minoritário que faz crer que não há alternativas, mas elas existem".
"Eu sou por um governo de compromisso histórico de maioria parlamentar estável, em que haja um acordo pré determinado para garantir o respeito pelos direitos liberdades e garantias, a partir daí cada um terá de mobilizar os seus eleitorados específicos para ajudar o pais a sair da crise em que entrou", frisou.
Para Jardim, esta seria "uma solução democrática no actual quadro parlamentar, porque não há dinheiro para eleições, que permitiria meter Portugal na ordem já".
Sobre a posição adoptada pelo Presidente da República, o governante madeirense considerou que Cavaco Silva "tem feito uma coisa excelente, não sai fora do âmbito das suas competências constitucionais, é a referência que exerce com rigor as suas competências".
Instado a comentar uma eventual demissão do primeiro-ministro na sequência das suspeitas que têm surgido na Imprensa, Alberto João Jardim sublinhou que "José Sócrates Pinto de Sousa não abandonaria porque tem lata para isto e muito mais".
Realçou que num "país democrático a sério, como a Grã-Bretanha", o próprio partido já teria substituído um primeiro-ministro "que está descredibilizado do ponto de vista interno e internacional".