Jerónimo de Sousa desafia jovens a fazerem de Novembro um "mês de grandes lutas"
O secretário-geral do PCP desafiou os jovens portugueses a fazerem, "também eles", de Novembro, "um mês de grandes lutas", apelando à sua participação na greve geral e nas manifestações de estudantes convocadas para as próximas semanas.
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Jerónimo de Sousa falava num comício da Juventude Comunista que decorreu, no sábado à noite, em Lisboa, no âmbito da Assembleia da Federação Mundial da Juventude Democrática.
Para o líder do Partido Comunista Português, os "jovens trabalhadores e estudantes" são vítimas e um dos alvos das actuais políticas de austeridade que se generalizaram na Europa e também em Portugal, apontando em concreto "o crescente desemprego, a precariedade do trabalho e a retirada de direitos aos jovens trabalhadores".
Os jovens são ainda "vítimas de uma política que ataca de forma feroz a escola pública" e o "direito à educação" devido ao "aumento brutal dos custos do ensino para o transformar em mais uma área de negócio e lucro" e num "instrumento de reprodução e manutenção de discriminação social e de classes", afirmou.
Neste contexto, Jerónimo de Sousa apelou aos jovens portugueses para se mobilizarem e serem eles também agentes de mobilização para a greve geral marcada para 24 de Novembro e, por outro lado, para participarem nas manifestações de estudantes do básico e secundário e do ensino superior, convocadas para 22 e 29 de Novembro.
Jerónimo de Sousa considerou ainda que o acordo assinado por Portugal com a 'troika' da ajuda externa é uma "brutal ofensiva contra os direitos dos jovens trabalhadores e estudantes" a par de "uma política severa de austeridade para o povo".
Para o líder comunista, está hoje em marcha uma "ofensiva social sem precedentes no pós-guerra" que retira e acaba com direitos conquistados ao longo das últimas décadas, privando as novas gerações dessas conquistas.
Os últimos acontecimentos em Itália e na Grécia exemplificam e clarificam aliás, para Jerónimo de Sousa, a "profunda crise e decadência" da União Europeia e a forma como está a ser "esmagada" a "soberania, identidade e riqueza dos povos europeus", considerando que as políticas actuais são "autênticas experiências de terror social".
"Estão em marcha grandes lutas dos jovens e do nosso povo", insistiu o líder do PCP.
"À juventude não basta pensar que é a força transformadora do futuro, é convocada para o presente, para a luta, para a transformação", acrescentou.