O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, reafirmou, este sábado, em Lamego, que as agências de 'rating' não são o problema de Portugal mas sim a aplicação do memorando da troika que o líder comunista apelida de "pacto de agressão".
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Minimizando a descida efectuada pela agência de notação Standard & Poors de Portugal em dois níveis, de BBB- para BB, considerado "lixo", o secretário geral do PCP recordou que "desde a primeira hora" defende que o cumprimento das "imposições" da troika são "o caminho para o desastre".
"O problema não são as agências. Com a aplicação do pacto de agressão, sempre afirmámos que este era o caminho para o desastre, com mais desemprego, mais dificuldades para o nosso país. Essas agências apenas confirmam o que vai sendo dito que não estamos hoje pior para ficar melhor mais à frente (...) com a aplicação do pacto de agressão e das medidas que comporta, estamos pior agora para ficar ainda pior no futuro", apontou.
Jerónimo de Sousa defendeu, como alternativa, o país "confiar nas suas potencialidades, no seu aparelho produtivo, na valorização dos salários e das pensões".
"Não nos podemos conformar com a ideia de que não há alternativa ao caminho para o desastre", frisou.
"De agência em agência, de 'rating' em 'rating', de análise em análise (...) de estudos em estudos, nomeadamente em relação ao desemprego, tudo indica que esta descida é mais um elemento que confirma o que o PCP diz desde a primeira hora: O memorando da troika não resolve problema nenhum do país e significa um retrocesso", disse.
A Standard & Poor's anunciou na sexta-feira o corte do 'rating' da maioria dos países da Zona Euro, entre os quais a França, que deixou de ter nota máxima, e Portugal, Espanha e Itália, que baixaram dois níveis.