Luís Montenegro não nega nem admite pertencer à mesma loja maçónica que ex-director do SIED
O líder parlamentar do PSD não negou nem admitiu pertencer à mesma loja maçónica do ex-director dos serviços de informação, argumentando que o "relevante" é que "nenhum interesse particular" coloca em causa a sua submissão ao interesse público.
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Em conferência de imprensa no Parlamento, Luís Montenegro foi questionado repetidamente pelos jornalistas sobre a sua alegada obediência à loja maçónica Mozart, a mesma que o ex-director do SIED Jorge Silva Carvalho, como avançou esta terça-feira o Expresso, mas nunca desmentiu ou confirmou essa notícia.
"Não há nenhum interesse particular que possa colocar em causa a minha submissão primeira e única ao interesse público e ao interesse nacional", afirmou Luís Montenegro.
O líder da bancada do PSD sublinhou que foi o seu grupo parlamentar que "introduziu nas suas conclusões que é nefasto para o funcionamento da democracia e nefasto para o funcionamento e para o cumprimento das missões que cabem aos serviços de informação qualquer contaminação proveniente de ligações entre os seus membros e grupos de pressão ou grupos organizados, como sejam a maçonaria".
"Julgo que isso diz tudo relativamente àquele que é o nosso nível de exigência para connosco próprios no que seja de apurar entre a confusão entre o interesse público e o interesse particular", declarou.
Perante a insistência dos jornalistas, Montenegro reiterou que "aquilo que é relevante apurar é se algum deputado do PSD ou se o presidente do grupo parlamentar do PSD no exercício das suas funções coloca algum outro interesse acima do interesse nacional como fundamento das decisões que toma".
Luís Montenegro disse que "seguramente" os jornalistas "conhecem muito melhor a Maçonaria" do que ele e disse não saber quem é que pertence à loja maçónica em causa.
"Considero, como presidente do grupo parlamentar do PSD, que o funcionamento dos serviços de informações é um pilar essencial para garantir de uma forma consistente o funcionamento do Estado de Direito e para garantir o exercício dos direitos fundamentais dos cidadãos. Deve, por isso, ser uma matéria que deve ser tratada com elevado sentido de responsabilidade e elevado sentido de Estado", afirmou.
"Repudio de uma forma muito veemente qualquer insinuação que possa indiciar que em qualquer momento algum deputado do grupo parlamentar do PSD ou eu próprio tratámos desta matéria que não sujeitando a estes dois princípios", acrescentou.
Luís Montenegro sublinhou ter subscrito "na íntegra todas as conclusões que o PSD tirou do conjunto de audições e reflexões que foi produzido no âmbito dos trabalhos da primeira comissão e de um grupo de trabalho que foi constituído para este efeito".
A vice-presidente da bancada social-democrata Teresa Leal Coelho afirmou hoje que o PSD não retirou "rigorosamente nada" do seu relatório que concluiu pela ligação de membros da maçonaria às secretas.
"O PSD não apagou rigorosamente nada", afirmou a vice-presidente da bancada do PSD, distinguindo o relatório social-democrata de um projecto de relatório - de que foi autora - que reflectiria as conclusões subscritas por vários partidos no âmbito de um grupo de trabalho da Comissão de Assuntos Constitucionais.
Teresa Leal explicou que, no âmbito das audições realizadas na primeira comissão sobre irregularidades no funcionamento das secretas, nomeadamente passagem de informações para empresas privadas e o acesso ao registo telefónico de um antigo jornalista do Público, foi constituído um grupo de trabalho para elaborar um relatório sobre as conclusões daquelas audições, sendo que antes de um relatório comum, que ainda não foi aprovado, foram elaborados por vários partidos relatórios próprios.