Mário Soares não foi à cerimónia do 5 de Outubro porque o "povo não estava presente"
O ex-presidente da República Mário Soares disse, esta sexta-feira, em Alenquer que não esteve presente nas comemorações do 5 de Outubro por considerar que as cerimónias foram fechadas ao público.
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O ex-presidente da República afirmou que "quem tem medo do povo não tem o direito de cumprir as missões importantes que lhes foram conferidas", referindo-se à mudança de local das comemorações do 5 de Outubro.
"Quem tem medo do povo não tem o direito de cumprir as missões importantes que a alguns foram conferidas. Foi por isso que não estive presente [em Lisboa] e é por isso que me esforcei para vir aqui [a Alenquer] a convite do nosso secretário-geral exatamente para vos dizer que vamos continuar e que aqueles que têm medo do povo ficarão para trás e serão destruídos", disse o histórico socialista no final da intervenção no jantar de comemoração do 5 de Outubro, que juntou cerca de dois mil militantes e simpatizantes do PS.
"Quem tem medo, compra um cão", vincou o antigo Presidente da República, referindo-se à decisão de alterar o local das tradicionais comemorações do 5 de Outubro, que este ano foi assinalado no Pátio da Galé, uma decisão que considerou ser "lamentável".
"Se o povo não está presente, não há 5 de Outubro", exclamou Mário Soares, lembrando que até na data original da comemoração, em 1910, "o povo foi e festejou a vitória".