Menezes considera "chantagem inadmissível" Governo ameaçar demitir-se se Orçamento não passar
O antigo líder do PSD Luís Filipe Menezes considerou hoje, sexta-feira, "uma chantagem inadmissível" o Governo admitir demitir-se se não for aprovado o Orçamento do Estado para 2011.
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"Acho isso uma chantagem inadmissível", disse Menezes, que falava à margem de uma iniciativa sobre "Cidades do Futuro - Políticas de sustentabilidade", da responsabilidade da autarquia de Gaia e do Diário Económico.
Menezes afirmou que "o Governo atirou o país para a beira do abismo e agora diz que se atira dali abaixo e que a culpa é do PSD".
O antigo líder social democrata lembrou que o partido, "com grande sentido de responsabilidade", disse em tempo oportuno que deixaria passar o Orçamento impondo duas condições: a diminuição da despesa e o não aumento de impostos.
Dizer ao PSD "queremos negociar convosco mas digam primeiro que aceitam um aumento de impostos é inqualificável", acrescentou Menezes.
O autarca de Gaia afirmou que "o problema está do lado do Governo e do PS e não do lado do PSD".
Luís Filipe Menezes defendeu ainda que o PEC "financeiro e contabilístico" deve ter ao seu lado "um PEC político", afirmando que tem que haver reformas políticas que mostrem que "isto não são medidas a curto prazo que não servem para nada a não ser resolver um problema de circunstância".
O autarca reafirmou ter dúvidas que o aumento de impostos seja "o melhor caminho para o país".
O ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, alertou na quinta feira à noite, em entrevista à RTP, que o Governo não terá condições para governar se o Orçamento do Estado para 2011 for chumbado..