O cabeça-de-lista do BE às europeias, Miguel Portas, criticou "a demagogia fácil à volta dos salários".
Corpo do artigo
Instado a comentar o desafio da cabeça-de-lista da CDU, Ilda Figueiredo, para que esclarecer se vai manter o ordenado ou passar a receber o salário único europeu, Miguel Portas começou por sublinhar que o salário único europeu sai mais barato ao erário público.
Quem escolha ser deputado português com o salário da Assembleia da República sai mais caro ao erário público, ao contribuinte, do que quem escolha ser deputado com o salário de deputado europeu", sublinhou.
De acordo com o novo estatuto do deputado europeu, os eleitos que renovarem o mandato podem optar entre duas modalidades de salários: ou continuam a receber um ordenado igual aos deputados na Assembleia da República, na ordem dos 3.815 euros, ou escolhem o salário único europeu, cerca de 7.665 euros brutos.
Contudo, explicou o candidato do BE, apesar de no sistema actual o salário ser de facto mais baixo, as viagens para Bruxelas e para Estrasburgo todas as semanas são contabilizadas não ao preço do bilhete, mas ao quilómetro, com uma diferença adicional, é que não são sujeitas a imposto, são ajudas de custo".
"Não tenho a menor dúvida em dizer que o salário europeu custa menos ao erário público, do que o sistema actual que permitia que um eurodeputado da Letónia tivessem um salário inferior a mil euros brutos por mês e que um deputado italiano tivesse um salário de 13 mil euros brutos", insistiu.
Relativamente à opção que vai escolher, Miguel Portas disse que terá ainda de falar com a direcção do BE, mas recordou que como "os deputados do BE não ganham nem mais nem menos do que aquilo que ganhavam antes de serem deputados", para si será indiferente.
"Cada um faz as escolhas que faz, eu não fico nem com mais dinheiro para mim, nem com menos, em qualquer uma das soluções, o que não gosto é de demagogia fácil à volta dos salários", disse,
O candidato do BE recordou também que se absteve quando o novo estatuto de deputado do Parlamento Europeu foi aprovado, pois, apesar de estar de acordo com o novo esquema de harmonização, considerou o valor médio que ficou definido "excessivo para um deputado português".