O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, sustentou, esta terça-feira, que Portugal vive uma "viragem", tendo passado da recessão e destruição de emprego para a recuperação económica, e é agora olhado como "um bom exemplo".
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Durante a Conferência "The Lisbon Summit", organizada pela revista "The Economist", num hotel em Cascais, Passos Coelho falou numa "mudança profunda" conseguida graças à confiança e vontade dos portugueses e apontou Portugal como "um excelente lugar" para se investir.
No período de resposta a questões da audiência, em inglês, o chefe do executivo PSD/CDS-PP referiu que o secretário-geral do PS falará mais tarde nesta mesma conferência, acrescentando: "Estou certo de que o senhor Seguro vos apresentará também uma boa perspetiva sobre o nosso crescimento no futuro".
O primeiro-ministro disse ainda presumir que haverá acordo europeu para um programa cautelar se Portugal precisar, depois de referir que a questão da saída do atual programa de resgate será avaliada em abril.
"Desde o início do programa que o Eurogrupo, mas também o Conselho Europeu, decidiu que qualquer país que cumprisse o seu programa de assistência poderia ter apoio europeu no regresso aos mercados. Por isso, presumo que se precisarmos de uma linha de crédito não há razão para não haver acordo para isso a nível europeu", declarou Pedro Passos Coelho.
O chefe do executivo PSD/CDS-PP sustentou que "a dívida pública portuguesa é sustentável", voltando a excluir um perdão ou uma reestruturação da dívida, bem como a necessidade de um segundo resgate. Por outro lado, considerou que poderá haver uma melhoria da classificação da dívida portuguesa pelas agências de 'rating'.
Quanto à forma de saída do atual programa de resgate, o primeiro-ministro começou por afirmar que "é muito cedo para apresentar uma estratégia", observando em seguida que "o regresso aos mercados parece mais fácil agora do que há um ano", quando se falava de um eventual "novo programa" para Portugal.
"A perspetiva agora é muito diferente, mas não vemos nenhuma razão para tomar uma decisão agora. Em abril avaliaremos a situação nos mercados financeiros e decidiremos com os nossos parceiros no Eurogrupo qual a melhor decisão a tomar", completou.
Segundo Passos Coelho, "a decisão agora é entre uma linha cautelar e simplesmente não a requerer", mas "é muito cedo para responder a essa questão".
Questionado sobre uma eventual subida do 'rating' da dívida pública, o chefe do executivo PSD/CDS-PP considerou que isso "agora é mais provável" e que os investidores financeiros pressionarão as agências de 'rating' nesse sentido.
Interrogado sobre a sustentabilidade da dívida pública portuguesa, Passos Coelho respondeu: "A dívida portuguesa é sustentável. Essa é a conclusão do FMI e dos nossos credores oficiais".
"Portanto, se a nossa dívida é sustentável, porque haveria o Governo português de pensar ou de considerar a possibilidade de um perdão de dívida? Já não estamos na fase de considerar a possibilidade de um segundo resgate ou uma reestruturação da nossa dívida", acrescentou.