Passos e Seguro admitem acordos de governo, mas PS insiste na maioria absoluta
O primeiro-ministro e o líder do PS admitem acordos governamentais, com Passos Coelho a não descartar um entendimento com o PS e António José Seguro a dizer que mesmo com maioria absoluta fará acordos parlamentares.
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Em entrevista ao "Expresso", Passos Coelho disse que "o país deve ser governado no quadro da maior estabilidade possível" e lembrou que o PSD "já esteve no Governo com o PS e com o CDS/PP".
"Não há nenhum partido com vocação de Governo que diga: eu só aceito governar se não tiver que governar com mais ninguém. Eu não direi isso", afirmou Passos Coelho, líder do PSD e chefe do Governo.
Também na edição deste sábado, o "Expresso" publica uma entrevista com António José Seguro, na qual o líder do PS lembrou que já pediu a maioria absoluta aos portugueses em abril do ano passado e que a sua responsabilidade "é dar razão aos portugueses para que o PS a mereça" nas legislativas de 2015.
Contudo, Seguro não descartou acordos de governo. "Não descartarei acordos de incidência governamental e procurarei acordos de incidência parlamentar", disse.
Questionado pelo "Expresso" sobre se admitia estes acordos parlamentares mesmo com maioria absoluta, Seguro responde: "Mesmo com maioria absoluta. Aquilo que é necessário fazer pelo país nos próximos anos é tão diferente e profundo do que se fez até aqui que exige uma mobilização nacional, não pode ser só um partido a fazê-la."
Já quando questionado sobre com quem seria mais fácil coligar-se, caso não obtivesse a maioria absoluta, Seguro afirma: "Se eu respondesse a essa pergunta estaria a desistir do meu objetivo. E eu acredito que seja possível obter essa maioria absoluta para que estamos a trabalhar".
"Porque não se obtém a maioria absoluta por dá cá aquela palha, obtém-se com a apresentação de uma proposta concreta. Por isso, vamos apresentar brevemente um contrato de confiança, com compromissos muito claros, para que os portugueses percebam o trabalho que está a ser feito", afirmou.