António José Seguro desafiou, esta sexta-feira, o primeiro-ministro a retirar do acordo com a troika a obrigação do corte estrutural de quatro mil milhões de euros. Só, assim, disse, o PS "participará no debate sobre a reforma do Estado". Passos Coelho recusou e acusou o líder do PS de fazer "chantagem".
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Seguro abriu a sua intervenção no debate sobre a preparação do próximo conselho europeu, esta sexta-feira, no Parlamento, com o desafio ao primeiro-ministro, depois de, no debate quinzenal, o PS ter sido acusado por Passos Coelho por não querer debater a reforma do Estado.
Em resposta ao repto do líder do PS, o primeiro-ministro disse que a reforma do Estado não se resume ao corte dos quatro mil milhões de euros, mas também acentuou que a condição de Seguro para participar no debate sobre a reforma do Estado "é uma chantagem que não pode ser levada a sério".
Passos Coelho acentuou ainda que "uma discussão sobre a reforma do Estado sem uma meta financeira é um debate estéril", defendendo que esse horizonte em termos financeiros não deverá inibir o PS de participar no debate e manifestar-se contra os tais cortes.