O deputado do PCP Francisco Lopes afirmou esta terça-feira que o Orçamento do Estado para 2013 vai empurrar para o desemprego "mais 200 mil trabalhadores" e criticou eventuais cortes adicionais de 830 milhões de euros.
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"Com Orçamento para 2013, o Governo quer acabar com o que resta. Mais roubo de salários e pensões. Mais roubo das condições de vida com a destruição e encarecimento de funções essenciais e serviços públicos, mais despedimentos, que o que está aí pode apontar para mais 200 mil trabalhadores no desemprego", afirmou.
O deputado criticou o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, por admitir a eventualidade de promover cortes adicionais até 0,5% do PIB, ou seja, 830 milhões de euros, para "responder a quaisquer desvios de execução".
"Aquilo que acabou de dizer mostra que este assalto é um assalto sem fim. Ainda agora começou a ser discutido e já está a ser admitido que, para além de todas as malfeitorias, sejam aplicadas medidas de corte no valor de 0,5% do PIB, isto é mais 830 ME de cortes, de destruição. Onde? Isto não é caminho", questionou.
O primeiro-ministro tinha afirmado num ponto anterior do debate que "no corte adicional de quatro mil milhões de euros que o Governo se comprometeu a concretizar até 2014", poderão ser adotadas "medidas contingentes até 0,5%" do PIB caso se verifique um "desvio de execução" orçamental.
O deputado considerou que o Orçamento empurrará "milhares de pessoas para a miséria" mas é, ao mesmo tempo, "um banquete para o grande capital", uma ideia recusada pelo primeiro-ministro, que defendeu que "todos serão chamados" e que "os rendimentos de capital não ficam de fora".