O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, definiu esta quarta-feira a situação económica portuguesa como "diferente da de qualquer outro país", no final de um dia de reuniões com vista ao Conselho Europeu de quinta e sexta-feira.
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"A situação portuguesa é diferente da de qualquer outro país. Mais do que dizê-lo, é preciso demonstrá-lo", considerou o ministro, sublinhando a necessidade de Portugal ser um "caso que corra bem" na União Europeia na resolução do problema da dívida soberana.
"A nossa atitude é de falar pouco e fazer muito", disse Paulo Portas, no final depois de ao longo do dia ter recebido representantes dos partidos políticos e dos parceiros sociais, no âmbito da preparação do próximo Conselho Europeu.
"Portugal tem de ser visto como um país que cumpre, como um caso que corre bem", disse o governante.
Questionado sobre uma eventual abertura à aplicação de medidas que vão contra as aplicadas no memorando da troika, o ministro recordou que uma "grande maioria" dos portugueses votou nos três partidos que firmaram o acordo com as entidades internacionais.
Nesta fase, é preciso "honrar os compromissos", realçou, mesmo manifestando abertura do Executivo para ouvir propostas da sociedade civil.
Paulo Portas disse ainda que durante as reuniões desta quarta-feira tidas no Ministério dos Negócios Estrangeiros foram abordados temas como a governação económica e a gestão de fluxos migratórios, parte da agenda do Conselho Europeu dos próximos dias.
Pedro Passos Coelho participa pela primeira vez num Conselho Europeu, depois de ter tomado posse na terça-feira. Entre os temas a abordar nesta reunião, que se realiza quinta e sexta-feira em Bruxelas, vão estar os "desenvolvimentos mais recentes" na Zona Euro e uma discussão "aprofundada" sobre temas económicos, que terá a presença do presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet.
Os líderes europeus irão ainda "confirmar o acordo" sobre a nomeação do italiano Mario Draghi como próximo presidente do BCE e aprovar o pacote de governação económica dos 27.