O líder parlamentar do CDS-PP entregou hoje, sexta-feira, no Parlamento, a sua proposta para constituir uma nova comissão de inquérito ao caso Camarate e considerou desejável haver um consenso sobre a matéria.
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Em declarações aos jornalistas, no Parlamento, Pedro Mota Soares argumentou que a 8ª comissão "terminou abruptamente" em 2004 na sequência da dissolução da Assembleia da República.
As conclusões da 8ª comissão, que foi presidida pelo então deputado do CDS-PP Nuno Melo, "indicou um conjunto de caminhos e pistas" que foram "aprovadas por todos os grupos parlamentares".
Em concreto, acrescentou, relativamente ao Fundo de Defesa Militar do Ultramar "havia um conjunto de matérias que deviam continuar a ser apuradas".
"É isso que o CDS quer fazer, acabar o trabalho da oitava comissão", frisou.
Questionado pela Agência Lusa, Mota Soares afirmou que para o CDS-PP "seria desejável" haver um consenso sobre a constituição da 9ª comissão parlamentar de inquérito, admitindo ainda a possibilidade de haver um texto conjunto com o PSD.
"Ninguém pode descansar e conformar-se"
Em declarações aos jornalistas no Parlamento, o líder parlamentar do PSD, Miguel Macedo, disse que irá entregar uma proposta autónoma para constituir uma nova comissão de inquérito mas admitiu igualmente que possa haver um texto de consenso.
"Quisemos fazê-lo de forma autónoma mas isso não é impedimento a que [...] se possa chegar a um texto de entendimento para a comissão de inquérito", afirmou Miguel Macedo.
"Ninguém pode descansar e conformar-se com uma investigação parlamentar que ficou inconclusa mercê unicamente da dissolução da Assembleia da República [Dezembro de 2004], que determinou indirectamente a interrupção prematura do inquérito parlamentar em curso e o encerramento precoce dos respectivos trabalhos, tarefas e diligências", refere o CDS-PP no projecto de resolução entregue no Parlamento.
A 8ª comissão de inquérito concluiu pela tese do atentado na investigação ao desastre de avião que matou, a 4 de Dezembro de 1980, o então primeiro-ministro Sá Carneiro e o ministro da Defesa Adelino Amaro da Costa.