Primeiro-ministro diz que Governo tem uma "visão paciente" do crescimento económico
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou, esta sexta-feira, que o Governo tem uma "visão paciente" do crescimento económico, garantindo que o executivo não tornará "o caminho mais difícil para os contribuintes".
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"Nós temos uma visão paciente do crescimento, nós sabemos que o crescimento se faz desta maneira, julgamos que a evidência mostra que estamos no caminho certo, não tornaremos o caminho mais difícil para os contribuintes e, com isso estaremos a provocar um crescimento sustentado da nossa economia e não um crescimento a prazo que depois os contribuintes demorem muitos anos com crise económica a pagar", afirmou Passos Coelho, durante o debate quinzenal no Parlamento.
Contrapondo esta visão de crescimento àquela que coloca o Estado como elemento ativo desse crescimento, substituindo-se aos privados, o primeiro-ministro sustentou que "dezenas de anos de evidências" mostram que sempre que essa visão foi aplicada os resultados foram piores, com a dívida pública a crescer, os défices orçamentais a agravarem-se e os contribuintes a terem de pagar uma carga fiscal muito maior.
Por isso, reforçou, na visão do Governo, não deve ser o Estado a promover o crescimento económico, com a economia e os agentes privados a terem de assumir-se como "o verdadeiro motor do crescimento económico".
Passos Coelho, que respondia às questões colocadas pelo líder parlamentar do CDS-PP, abordou ainda a questão do pedido de ajuda financeira à banca espanhola, reafirmando que formalmente o pedido ainda não ocorreu e que as condições a que deve de obedecer o empréstimo será alvo de negociação.
Antes, o líder parlamentar democrata-cristão, Nuno Magalhães tinha centrado a sua intervenção no "ímpeto reformista" do Governo de maioria PSD/CDS-PP, rejeitando as críticas das "várias oposições" de que o executivo está apenas concentrado no cumprimento do memorando.
"A realidade desmente essa afirmação", sublinhou Nuno Magalhães, destacando a reforma das leis penais e a reforma da lei de bases do Ambiente, anunciadas esta semana.
Nuno Magalhães salientou ainda a importância dessas reformas estruturais no crescimento económico, nomeadamente mudanças ao nível do combate à burocracia.