"Eles têm medo, porque sabem que o povo está a perder o medo", afirmou, esta segunda-feira à tarde, Arménio Carlos, secretário geral da CGTP, na manifestação que decorre no Largo Camões, em Lisboa.
Corpo do artigo
Mais de um milhar de pessoas estão concentradas, na tarde desta segunda-feira, no Largo Camões, em Lisboa, em protesto contra a visita de Angela Merkl a Portugal, mas também com a greve geral de quarta-feira já no horizonte.
Muito aplaudido pelos manifestantes, Arménio Carlos acusou Merkel de ter mantido quando há anos afirmou que "os povos do sul gostavam de apanhar sol e trabalhavam pouco". "É mentira! Nós trabalhamos mais e ganhamos menos. Temos mais sinistralidade e menos proteção social", sublinhou.
O líder da CGTP destacou ainda que Angela Merkel personifica a "Europa que nós não queremos". "A Europa dos mandantes contra os mandados. A Europa em que a senhora Merkel propõe um dia no parlamento alemão e no dia seguinte é ratificado na Europa", justificou.
À semelhança de outros oradores, Arménio Carlos desafiou os presentes a empenharem-se na greve geral. E apelou ainda aos presentes para se deslocarem à residência oficial de Passos Coelho para dar continuidade ao protesto.
Depois de uma forte vaia ao nome do chefe do Governo, e gritos de "gatuno, gatuno", os manifestantes iniciaram o desfile rumo a s. Bento.
Com cartazes anti-austeridade e anti-troika, os manifestantes exibem também autocolantes de apoio à greve de amanhã, sinónimo da grande mobilização que a central sindical espera para essa jornada.
No Camões estão representantes de vários sindicatos, entre os quais uma delegação dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, que aqui vieram dar prosseguimento à sua luta contra a privatização da estrutura.
Entoando palavras de ordem como "a troika não manda aqui" e "contra o capital independência nacional", os manifestantes vão assobiando todas as referências à troika e à chanceler alemã.