O PS considerou, esta quinta-feira, que nada se pode esperar da reforma do Estado do Governo, advogando que os portugueses estão "fartos de ser enganados com essa conversa" e que da reforma só sobram cortes "cegos e retroativos".
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Estas críticas foram feitas pelo vice-presidente da bancada socialista Pedro Marques, depois de confrontado com o facto de o Governo discutir, esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, o guião reforma do Estado. O documento deve ser aprovado na próxima semana.
"O que tem sobrado da suposta reforma do Estado são cortes - cortes cegos e retroativos, cortes de salários e de pensões. A isso que o Governo foi chamando reforma do Estado, não podemos esperar nada de especial nesta fase. Os portugueses já estão fartos de ser enganados com a conversa da reforma do Estado", declarou Pedro Marques.
O dirigente da bancada socialista referiu também que se está "há um ano numa maratona, com interrupções permanentes, sobre a dita discussão da reforma do Estado".
"Depois o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, na quarta-feira, aqui no parlamento, também disse que já estava a fazer a reforma do Estado há dois anos e meio. Ou seja, há um atrás o primeiro-ministro convidou o PS para um debate sobre a reforma do Estado, parecendo pretender iniciar ali o processo, embora não se tenha iniciado coisa nenhuma", apontou Pedro Marques.
Pedro Marques criticou também as posições assumidas pelo deputado e porta-voz do CDS João Almeida.
"Disse que ainda só se estava na fase dos cortes e que o debate da reforma do Estado talvez faça sentido daqui a seis meses", apontou o membro da direção do Grupo Parlamentar do PS.
Neste momento, de acordo com Pedro Marques, verifica-se que nos dois últimos anos de políticas do Governo houve apenas "dor sem ajustamento".
"O défice para 2013 vai ser exatamente o mesmo que transitou de 2012 (5,8 por cento) e a dívida pública tem crescido brutalmente, tendo aumentado 30 mil milhões de euros nos dois anos de funções do executivo. O que sobra desta estratégia de austeridade recessiva é um aumento brutal do desemprego, da dívida pública e o défice não baixa. Esperamos o pior da execução do Orçamento para 2014 porque não é credível em termos de cenários macroeconómico e é danoso do ponto de vista social", sustentou Pedro Marques.