O PS pediu, este sábado, a presença do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, no Parlamento, para entregar, apresentar e discutir o relatório sobre os incêndios florestais que deflagraram no Algarve, em julho.
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O deputado do PS Miguel Freitas disse à agência Lusa que a Assembleia da República deve ter "rapidamente" conhecimento do relatório feito pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) a pedido do ministro Miguel Macedo.
A ANPC entregou na sexta-feira ao ministro da Administração Interna o relatório sobre o incêndio que lavrou durante quatro dias, em julho, na Serra do Caldeirão, entre Tavira e São Brás de Alportel, tendo sido o documento entregue dentro do prazo previsto.
Miguel Macedo tinha pedido à ANPC um "relatório pormenorizado", mas o Público noticia hoje que o documento não apresenta qualquer conclusão, limitando a Proteção Civil a descrever o que se passou.
O deputado socialista considerou o documento "inócuo", adiantando que era "importante ter um relatório exaustivo e que fosse capaz de mostrar exatamente aquilo que se passou".
"Um relatório sem conclusões não é um relatório", sustentou.
O deputado, também o coordenador do PS para a área da administração, sublinhou que "fazer uma ação política para dar ideia que se está a fazer uma avaliação acaba por resultar em relatórios inócuos".
Miguel Freitas afirmou igualmente que o relatório "vem confirmar as preocupações do PS", relembrando que os socialistas alertaram o ministro para a necessidade de incorporar no documento "saber técnico e científico independente".
O deputado disse ainda que o "grande objetivo deste relatório era fazer a avaliação deste fogo" e melhorar o sistema, mas "não fazer inquéritos sumários".
Na Comissão Parlamentar da Agricultura e Mar, Miguel Macedo comprometeu-se de enviar o relatório à AR depois de o analisar, mas o PS entende que o ministro deve apresentá-lo "rapidamente" no parlamento.
Fonte do Ministério da Administração Interna disse à Lusa que o ministro não vai, para já, fazer qualquer comentário sobre o relatório, adiantando que está a analisá-lo durante o fim de semana.
O pedido de um relatório sobre o que aconteceu nos incêndios na região do Algarve surge depois de várias críticas feitas à forma como os meios de combate atuaram, tendo o comandante operacional do Comando Nacional de Operações e Socorre, Vítor Vaz Pinto, admitido que "houve falhas" no combate ao incêndio que lavrou durante quatro dias na Serra do Caldeirão, entre Tavira e São Brás de Alportel.
A Autoridade Florestal Nacional estima que os incêndios que deflagraram no Algarve, entre 18 e 22 de julho, tenham consumido uma área aproximada de 23.958 hectares, traduzindo-se em cerca de 21.562 hectares em espaços florestais.