O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, considerou esta sexta-feira que a moção de censura do PCP é "inoportuna e inconsequente" e "pretende dividir o país dos grandes desígnios e desafios que tem pela frente".
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"Eu creio que é uma moção legítima por parte de um partido da oposição, que tem este direito constitucional e regimental de a apresentar e submeter à apreciação do Parlamento, mas é sobretudo uma moção de censura inoportuna e inconsequente", afirmou Luís Montenegro.
O presidente do grupo parlamentar do PSD, que falava aos jornalistas no Parlamento, disse ainda esperar que o PS não seja "favorável à aprovação" desta iniciativa do PCP.
"O PS terá o seu espaço de apreciação do objeto e da finalidade da moção de censura, mas a primeira finalidade política de uma moção destas é derrubar o Governo e eu não estou em crer que o PS, com a sua conduta política dos últimos tempos, tenha esse desejo", declarou, em resposta aos jornalistas.
Montenegro apontou a moção como "inoportuna porque pretende dividir o país hoje dos grandes desígnios e desafios que tem pela frente, numa altura em que o país tem convergido", quer "do ponto de vista político", quer ao nível da concertação social.
O social-democrata realçou o "sentido de convergência subjacente aos grandes acordos de concertação que durante o último ano foram celebrados com os parceiros sociais, depois com as instituições de solidariedade social e mais recentemente com a Associação Nacional de Municípios".
Esta moção, acrescentou, "não acrescenta mais sentido de união e convergência do país em volta dos importantes desafios que tem pela frente".
"É também inconsequente porque não cremos que dela venha a resultar nenhuma alteração das perspetivas políticas que os diferentes partidos têm sobre a situação do país", concluiu.