O líder do grupo parlamentar social-democrata anunciou que o PSD não tenciona apresentar qualquer projecto de revisão constitucional nesta sessão legislativa, admitindo apenas constitucionalizar limites ao défice e à dívida.
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"Julgo ser oportuno clarificar que o PSD não apresentará nesta sessão legislativa qualquer projecto de revisão constitucional", disse Luís Montenegro, durante a sessão de abertura da sessão das jornadas parlamentares do PSD, no Fundão.
"Abriremos uma única excepção se houver disponibilidade do PS para, a exemplo do que sucedeu em Espanha, constitucionalizarmos limites aos níveis do défice e do endividamento", acrescentou.
A actual sessão legislativa, a primeira da legislatura, termina em Setembro de 2012.
Antes, o líder da bancada social-democrata referiu que "há mais de um ano que o PSD lançou ao país e ao PS o repto de actualizar o texto fundamental, retirando-lhe a excessiva carga ideológica e programática que indiscutivelmente tem".
Segundo Luís Montenegro, "este ímpeto reformista do PSD esbarrou numa teimosa postura de imobilismo e de complexo ideológico do PS", que acusou de não ter tido nem ter "coragem nem ambição para aprofundar e modernizar na Constituição" a democracia portuguesa.
"E digo não teve nem tem porque isso mesmo foi reafirmado pelo seu líder no passado fim de semana. Ora, se juntarmos a essa circunstância de intransigência do PS a necessidade de o país se concentrar hoje em cumprir o seu programa de ajustamento financeiro, e de promover reformas estruturais inadiáveis, julgo ser oportuno clarificar que o PSD não apresentará nesta sessão legislativa qualquer projeto de revisão constitucional", concluiu.
Contudo, logo em seguida o líder parlamentar do PSD ressalvou que o seu partido está aberto a rever a Constituição exclusivamente para introduzir limites ao défice e à dívida, "se houver disponibilidade do PS", desafiando os socialistas a esclarecerem se estão ou não disponíveis para essa alteração.
"A nossa abertura para a consagração desses limites tem como fundamento garantir às futuras gerações que não lhes faremos o que nos fizeram a nós", em nome da "justiça" e da "solidariedade inter-geracional", justificou.