O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou hoje o PSD e o PS de andarem a "juntar os trapinhos" para concertarem as políticas de direita "contra o povo e o país".
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"É ver o PSD, que anda aí sempre num sentido crítico ao PS, que lhe dá bordoada em relação à política do Governo, mas naquilo que é central e fundamental lá estão eles a juntarem os trapinhos, a negociarem, a entenderem-se para aprovarem medidas contra o povo e contra o país", sublinhou.
Ao participar hoje em Cantanhede num convívio de mulheres do PCP do Porto, Jerónimo de Sousa acusou ainda o Presidente da República de "derramar lágrimas de crocodilo" ao defender o investimento no setor do mar.
"Quem destruiu a marinha mercante, a frota pesqueira, a indústria naval, foi nos tempos dos governos do PS mas também de Cavaco Silva, o que leva à situação que temos hoje", sustentou.
Para o líder do PCP, "o mar não fugiu, o mar está lá com todos os recursos", mas Portugal não tem é instrumentos para o desenvolvimento da economia do mar.
Jerónimo de Sousa, na sua intervenção, recordou igualmente a convergência de posições entre o PSD e o PS relativamente às medidas adicionais do PEC e mais recentemente em relação às SCUT, que diz irem afectar ainda mais as populações desfavorecidas, e regiões de baixo desenvolvimento, como são as do Norte e interior.
"Na região Norte há muitos concelhos em que o nível de desenvolvimento económico é baixo, o desemprego alto, o investimento no sector económico baixo, e com a portagem nas SCUT vai significar mais dificuldades para as pessoas e também mais retracção das actividades económicas", observou.
Sobre as medidas adicionais do PEC disse que "não têm uma única medida, uma ideia, uma estratégia para este país, um pais que assiste à destruição do seu aparelho produtivo, da sua produção nacional".
Na sua perspectiva, se Portugal tem hoje "um défice agro alimentar brutal" isso resulta das políticas do PSD e do PS, que "destruíram as explorações agrícolas familiares" e "as condições, a montante e a jusante, para que o mar fosse um sector fundamental".