Mota Amaral anunciou que as respostas do primeiro-ministro só chegarão à comissão parlamentar de inquérito na segunda-feira. Manuel Polanco, administrador da Prisa, declarou aos deputados que nunca teve queixas do Governo sobre os conteúdos de informação da TVI.
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No início da reunião de hoje, sexta-feira, o presidente da comissão de inquérito adiantou que, após contacto com o gabinete de Sócrates, aceitou que a resposta do chefe do Governo fosse enviada com data de amanhã, 15 de Maio, a data limite do prazo regimental, “tendo em conta o momento difícil que o país atravessa”.
Polanco garante não ter falado com Governo sobre a TVI
Manuel Polanco, administrador da Prisa, a empresa espanhola que detém a Media Capital, proprietária da TVI, declarou esta manhã na comissão de inquérito parlamentar que nunca teve queixas do Governo português sobre os conteúdos de informação da TVI.
E garantiu que as posições críticas da Entidade Reguladora da Comunicação Social e do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas foram determinantes para acabar com o Jornal de Sexta, dirigido por Manuela Moura Guedes.
Em resposta ao deputado comunista João Oliveira, Manuel Polanco afirmou ter sido José Eduardo Moniz quem manifestou o interesse em abandonar o cargo de director geral da TVI.
Quanto às negociações para a venda de uma parte minoritária da Media Capital por parte da PT, o administrador da Prisa garantiu que esteve sempre pessoalmente envolvido nas negociações e que foi no dia 26 de Maio de 2009, numa reunião com Zeinal Bava, presidente da comissão executiva da PT, que propôs a possibilidade a empresa portuguesa adquirir cerca de 30% do capital da proprietária da TVI. Também nesta matéria, Manuel Polanco foi peremptório em afirmar que “nunca” falou da hipótese desse negócio com governantes portugueses ou com membros do PS.
Quanto à tentativa de compra da TVI pela Taguspark, em que esteve envolvido o socialista Rui Pedro Soares como afirmou na comissão Américo Thomati, o então presidente da Taguspark, Manuel Polanco disse ter completo desconhecimento dessa diligência. “Nunca ouvi falar sequer do nome da Taguspark”, afirmou.
O administrador da Prisa garantiu aos deputados que só foi informado por Zeinal Bava, presidente da comissão executiva da PT, da suspensão do negócio a 26 de Junho de 2009, dia em que o então ministro Mário Lino anunciou o veto do Governo ao negócio. No entanto, segundo Bava, a decisão de não seguir com o negócio foi tomada no dia 25 de manhã.