Recurso a FMI seria "uma catástrofe" e "um erro político gravíssimo", diz Francisco Louçã
<p>O líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, afirmou ontem, quinta-feira, à noite, que seria "uma catástrofe" e "um erro político gravíssimo" se Portugal recorresse à intervenção do Fundo Monetário Internacional para equilibrar as contas nacionais.</p>
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"O FMI não deve governar o país (...). Seria uma catástrofe, um erro político gravíssimo", disse, no programa Grande Entrevista, na RTP1.
A seu ver, Portugal deve antes "reorganizar a dívida" com os seus parceiros externos e "pagar os compromissos" assumidos.
Louçã considerou, a este propósito, que o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, teve um "discurso hipócrita", ao admitir, em declarações ao semanário Expresso, a 9 de Outubro, que, com taxas de juro que se aproximem dos 7%, Portugal "entra num terreno" em que é melhor recorrer ao fundo europeu e ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
O dirigente bloquista falava no dia em que os juros associados à dívida portuguesa a dez anos atingiram no mercado secundário, pelas 13.20, o máximo histórico de 6,594%, acima dos 6,512 do anterior recorde, atingido a 28 de Setembro.
As suas declarações surgem depois de o primeiro ministro ter recusado, na quarta feira, em entrevista à TVI, recorrer à intervenção do FMI, invocando que "Portugal não precisa de ajuda nem de assistência para resolver os seus problemas".
Horas antes, ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, corroborou as afirmações de José Sócrates.