O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu, esta terça-feira, que a redução do IRC prevista para 2014 terá de ser alargada no futuro a outras áreas da economia, em particular ao IRS e "logo de seguida" ao IVA.
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"Prevemos um certo desagravamento fiscal às empresas, a pensar no crescimento e no emprego, mas sabendo que esse desagravamento terá futuramente de ser alargado a outras áreas da economia, em particular, como me parece evidente, aos impostos que incidem sobre o rendimento do trabalho, e logo de seguida impostos sobre o consumo", afirmou o chefe do executivo PSD/CDS-PP.
Passos Coelho, que falava no encerramento das jornadas parlamentares do PSD e do CDS-PP, na Assembleia da República, referiu que o Governo está muito empenhado em conseguir "um consenso o mais alargado possível" e "um acordo com o principal partido da oposição" que dê estabilidade à reforma do IRC.
"Estaremos muito empenhados em obter essa convergência, mas não deixamos já de sinalizar que, a partir de 2014, queremos que as empresas possam dar um contributo maior para o crescimento da economia e para a criação de emprego", acrescentou.
Segundo o primeiro-ministro, o Governo procurou "dar um sinal importante para a economia" inserindo na proposta de Orçamento do Estado para 2014 "uma previsão de impacto" da reforma do IRC.
"Queremos, portanto, que a programação que está feita e a previsão que existe de recuperação económica possa ser de alguma maneira alargada com estes mecanismos que estamos a prever no orçamento", prosseguiu Passos Coelho.
Quanto à evolução da economia, o primeiro-ministro considerou: "As perspetivas de recuperação da economia são ainda frágeis, mas são melhores do que aquelas com que vivemos durante estes dois anos e meio, incomparavelmente melhores".
"Temos do ponto de vista do crescimento uma previsão de 0,8%, mas temos do ponto de vista do equilíbrio externo, da balança externa, um excedente para alcançar de cerca de 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB), o que nunca aconteceu desde que vivemos em democracia.
E esperamos também obter uma balança primária positiva, pela primeira vez em muitos anos, de 0,3% e um excedente primário estrutural de 1,6%, coisa rara na nossa democracia", assinalou.