A reforma estrutural da NATO é já uma certeza que vai implicar cortes substantivos nos comandos, no pessoal e no orçamento, garantiu hoje o porta-voz da organização, James Appathurai. Não designou, todavia, os comandos a suprimir, pelo que o destino do quartel de Oeiras continua a ser uma incógnita.
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Mas, no geral, os chefes de Estado e de Governo dos 28 aliados, reunidos na FIL, Parque das Nações, no âmbito da Cimeira da Aliança Atlântica, deverão aprovar a dispensa, com a redução dos actuais 14 comandos de níveis diversos para três, de 4000 a 5000 fucionários da Aliança. Diz Appathurai que isso representará uma poupança orçamental da ordem das dezenas de milhões de euros (que não precisou).
Poupança relativa, até porque, numa altura de crise económica, que certamente levará a uma redução dos orçamentos de Defesa por parte dos estados-membros da Aliança Atlântica, a verba resultante dos cortes em pessoal e estruturas será canalizada para o grande projecto do momento, a construção de um Sistema de Defesa Antimíssil (SDA) alargado ao continente europeu e não só de protecção às tropas.
O SDA aproveitará o sistema já activo, embora ainda muito reduzido e circunscrito à protecção de tropas, mas que já absorveu cerca de 800 milhões de euros. De acordo com Appathurai, estará já acordado o investimento de mais 200 milhões nos próximos anos. Só para sistemas de comando e de controlo - falta saber ainda em quanto comportará a compnente mais cara do ambicioso SDA - os vectores de intercepção e destruição dos mísseis inimigos. E, a esse respeito, Appathurai nada disse.
Não obstante, parecem estar já ultrapassadas as reticências colocadas pela Turquia, o território onde será baseada a componente principal daquele dispositivo. O aliado de maioria muçulmana, cansado de esperar por uma adesão à União Europeia sempre protelada - e que o eixo franco-alemão não deseja -, além de cultivar relações com a vizinhança oriental, como Síria e Irão, exigia à NATO, para cederàs pretensões da Aliança, garantias de que o SDA cobrirá toda a Anatólia e que o sistema ficará vedado a Israel. Não é certo que as todas as pretensões sejam satisfeitas.