Sem ignorar a "situação difícil" em que se encontra o país, e ressalvando que alguns sacrifícios são "necessários e inevitáveis", Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, assegurou, que defenderá o Estado Social. Uma garantia deixada na mensagem que enviou a Mário Soares, que, ontem à noite, organizou uma conferência na Aula Magna, em Lisboa, em defesa da Constituição e do Estado Social.
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Rui Moreira, que foi desafiado por Mário Soares a enviar uma mensagem para a conferência "Em Defesa da Constituição, da Democracia e do Estado Social", começou por argumentar que o Estado Social que defende e ao qual se refere "é uma conquista civilizacional europeia" que "seria desastroso fazer ruir invocando-se a crise, a globalização, uma qualquer mudança de paradigma".
No entender de Rui Moreira, o que o Estado Social não pode é ser "injusto", no qual "a confiança é impossível", ou que "desista de ser solidário", que reduz o cidadão a uma "peça descartável da comunidade".
Antevendo que o Governo e o presidente da República seriam o alvo de todas as críticas, o autarca do Porto, afirma que alguns conferencistas irão, certamente mais longe nas palavras, mas que a democracia é isso mesmo.
"Provavelmente, alguns dos participantes nesta reunião irão mais longe; ou ficarão aquém daquilo que a este propósito defendo, como sempre defendi. Mas essa é a beleza e a riqueza de um debate democrático entre cidadãos que acreditam na coisa pública", sustenta Rui Moreira.