O ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes elogiou sábado à noite o programa eleitoral "contido" que a líder do PSD apresentou, dizendo esperar votar em 27 de Setembro para um Governo de quatro anos.
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"Está na altura de parar e olhar, para as pessoas não dizerem sempre as mesmas coisas nos programas. É por isso que eu gosto do programa da doutora Manuela Ferreira Leite, é contido e não diz aquilo que não pode, nem diz aquilo que não sabe", afirmou Santana Lopes, no último jantar-conferência da Universidade de Verão do PSD, que termina hoje, domingo.
Sublinhando a incerteza dos tempos actuais, o antigo líder social-democrata e candidato à Câmara de Lisboa, considerou que o importante é definir uma linha de rumo.
"Saber ao que dizer não de certeza e saber com convicção aquilo que se pode dizer que sim", declarou.
Mais tarde, em declarações aos jornalistas, Santana Lopes afastou-se, contudo, da posição de Marcelo Rebelo de Sousa, que no sábado à tarde durante uma aula da Universidade de Verão do PSD disse ser "plausível" a realização de eleições legislativas antecipadas dentro de dois anos.
"Não é bom os portugueses pensarem que das eleições sai um Governo para dois anos, espero que isso não aconteça. Eu quando for votar, quero votar num Governo para quatro anos", salientou, admitindo não o "chocar" a existência de um Governo minoritário.
"Espero que das eleições saia uma solução de Governo estável, mesmo que não disponha de maioria absoluta no parlamento", acrescentou, corroborando a oposição da líder do PSD à hipótese de um Governo de bloco central.
Ainda durante a intervenção no jantar-conferência da Universidade de Verão do PSD, Santana Lopes apontou as "diferenças nítidas" entre a líder social-democrata e o primeiro-ministro, José Sócrates, enaltecendo a postura de Manuela Ferreira Leite de não utilizar a propaganda como "instrumento principal da governação".
Sobre o que espera da líder do PSD, o antigo primeiro-ministro disse esperar aquilo que é "apanágio" dos sociais-democratas: "fazerem aquilo que disseram antes que iam fazer".
"Não fazer o mesmo que Sócrates anunciou mais variadas promessas, foi pondo de lado medida após medida a partir da desculpa de um défice imaginário que com a colaboração de Vítor Constâncio na altura engendrou para o Orçamento de 2005", criticou.
Aos alunos da Universidade de Verão do PSD Santana Lopes deu ainda um conselho, baseando na sua experiência política de momentos altos e momentos baixos.
"Nunca se impressionem muito com os momentos de sucesso", aconselhou, sublinhando que "a vida são vitórias e derrotas e quem pensa que ganha sempre está completamente iludido". "A vida dá muitas voltas", exclamou.