O ex-primeiro ministro Pedro Santana Lopes apelou "à estabilidade e à serenidade para uma execução eficaz" do Orçamento, considerando que o "interesse nacional manda que se dêem condições" ao Governo para estar em funções.
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Em declarações aos jornalistas, à entrada para um debate sobre círculos uninominais promovido pelo Movimento Douro Litoral, na Fundação Cupertino de Miranda, no Porto - no qual também participa o deputado socialista António José Seguro -, Pedro Santana Lopes considerou que as negociações sobre o Orçamento do Estado para 2011 foram um processo "difícil e penoso", recordando que teve muitas vicissitudes, "umas mais bizarras, outras mais surpreendentes".
"Mas agora o importante é assegurar estabilidade e serenidade para uma execução eficaz [do Orçamento], porque se não o esforço feito torna-se absolutamente inglório", realçou.
Segundo o ex-primeiro ministro social-democrata, "o país não pode ter mais percalços, não pode ter mais sustos, não pode assustar nem quem está fora nem quem está dentro das fronteiras".
Sobre os recordes históricos que os juros da dívida pública portuguesa atingiram ontem, segunda-feira, Santana Lopes afirmou que "os mercados têm razão, muitas vezes, mas não reagem sempre racionalmente" e que Portugal tem que criar "a tal serenidade interna e condições de governabilidade".
"Este Governo tem que estar em funções e o interesse nacional manda que se dêem as condições de ser tão eficaz quanto possível", realçou.
"Os mercados reagem assim? Não nos amedrontemos, não nos assustemos, prossigamos o caminho que está definido. Há fenómenos que extravasam a realidade portuguesa", defendeu, acrescentando que "não depende" de Portugal a flutuação dos níveis das taxas da dívida soberana.
"Os mercados vão com os dias e se cá dentro as coisas correrem com normalidade olharão para Portugal de outra maneira", frisou.