Seguro acusa Governo de desvalorizar consenso e diz desconhecer as medidas de austeridade
O secretário-geral do PS acusou, esta quarta-feira, o Governo de "desvalorizar permanentemente" o consenso social e político e referiu que, até ao momento, ainda não foi informado das medidas que serão anunciadas na quarta-feira pelo ministro das Finanças.
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Segundo fonte socialista, estas posições foram assumidas por António José Seguro no seu discurso inicial na reunião da Comissão Política Nacional do PS, que está a decorrer hoje à noite em Lisboa, à porta fechada..
Seguro referiu-se ao facto de a Comissão Europeia já ter aprovado em Bruxelas as novas medidas de austeridade, que ainda são desconhecidas do país e que apenas serão apresentadas na quarta-feira pelo ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar.
Com este método político, de acordo com o líder do PS, citado pela mesma fonte, o Governo está a "desvalorizar permanentemente o consenso social e político em Portugal, não falando com o PS, nem, aparentemente, com os parceiros sociais".
António José Seguro deixou mesmo a dúvida sobre "o que pretende o Governo quando segue este caminho" e adiantou que, até hoje à noite, ainda não foi informado das medidas que serão apresentadas por Vítor Gaspar em conferência de imprensa na quarta-feira.
Na sua intervenção, o secretário-geral do PS criticou a política do Governo, dizendo que se traduziu "num aumento do défice, do desemprego e da dívida".
Ainda de acordo com fonte do PS, António José Seguro também se referiu à multidão que se juntou nas manifestações de 15 de setembro, advertindo que "não foram apenas contra o Governo, mas também contra a forma de se fazer política" em Portugal.
António José Seguro reiterou também a necessidade de Portugal cumprir o memorando, mas defendeu uma via alternativa face à do Governo, aliando o "rigor orçamental ao crescimento económico".
Perante os membros da Comissão Política do seu partido, Seguro advogou ainda que o "PS, enquanto oposição responsável e alternativa ao Governo, deverá rejeitar populismos fáceis".