Este fim-de-semana será marcado pelo pingue-pongue verbal entre José Sócrates e Pedro Passos Coelho por causa do Orçamento e da revisão constitucional. O líder do PS ataca esta tarde, sábado, em Matosinhos e o líder do PSD responde amanhã, domingo, em Castelo de Vide.
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O projecto de revisão constitucional do PSD, que tem vindo a permitir aos socialistas dramatizar o discurso das preocupações sociais, deverá ser reduzido, hoje, em Matosinhos, à “trapalhada” reveladora da “desorientação” da liderança social-democrata.
No comício da abertura oficial do ano político, José Sócrates deverá deixar a revisão constitucional como nota de rodapé para classificar o “mau momento do PSD”, como ontem já antecipou à Lusa, o dirigente socialista Vitalino Canas.
O mote do discurso, que não deixará de ter em conta o tom da entrevista de Passos Coelho, será a viabilização do Orçamento de Estado como garante da estabilidade política.
Já ontem, o braço-direito de Sócrates no Governo, Pedro Silva Pereira, numa entrevista ao Diário Económico, garantiu a disponibilidade para “dialogar mesmo antes da entrega do OE na Assembleia da República”. E voltou a “amarrar” o PSD ao compromisso que assumiu com a viabilização do PEC, documento do qual emana o orçamento.
Passos Coelho, que amanhã encerrará a Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, espera ainda para ouvir Sócrates, mas à disponibilidade para o diálogo, repisará as condições que colocou no Pontal. O PSD só viabilizar um OE que contenha a despesa pública e não aumentar a carga fiscal sobre a classe média.
Para o comício desta tarde, o líder do PS/Porto, Renato Sampaio, adiantou, ao JN, que prevê “10 mil pessoas”. “É a nossa meta”, referiu. E justificou a escolha do local: “Somos a maior federação, tivemos o maior resultado do PS nas legislativas”. “Nada melhor do que Matosinhos, junto ao mar” e “num bastião do PS” para este comício. Do líder espera “uma mensagem de esperança no futuro”.
Guilherme Pinto, presidente da Câmara e líder concelhio, lembrou ao JN que Matosinhos “tem um simbolismo especial”. Pela “solidariedade sempre prestada” ao líder pela distrital e pela concelhia, por ser “uma forma do secretário-geral dar um incentivo à região” e pelo apoio financeiro a projectos locais em áreas que diz serem bandeiras do Governo.