O secretário-geral do PS afirmou hoje, quinta-feira, que, se voltar a formar Governo, irá "manter" "rigor" e "responsabilidade" nas contas públicas, num discurso em que criticou a política orçamental de Manuela Ferreira Leite no executivo PSD/CDS.
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José Sócrates falava no final de um encontro promovido pelo movimento "Geração de Ideias", constituído por jovens quadros socialistas e do centro-esquerda.
"A nossa plataforma política será de rigor e de responsabilidade. O que fizemos nesta legislatura para recuperar a credibilidade do Estado, em particular nas contas públicas, não pode nem deve ser abandonado", salientou Sócrates.
Segundo o líder socialista, durante o actual executivo, "não houve operações de maquilhagem do défice nem operações de contabilidade criativa", tendo sido atingido o menor défice de sempre em 2008 (2,6 por cento, o quarto menor da zona euro) através "de reformas estruturais".
"Este Governo não foi como o anterior, porque, ao longo destes últimos anos, nunca houve operações de venda de redes fixas de nenhuma empresa, nem operações de fundos de pensões que se incorporaram na Segurança Social para obter receitas de ocasião, nem houve nenhuma venda de créditos fiscais para se maquilhar o défice", declarou.
Na sua intervenção, Sócrates procurou também demarcar-se do PS no que respeita aos calendário de apresentação de programas eleitorais, explorando o facto de os sociais-democratas ainda não terem divulgado a data em que concluem o seu programa.
"Responde-se aos problemas do país com ideias e com programa. Neste partido ninguém tem vergonha das suas ideias e ninguém tem vergonha do seu programa. Nós vamos apresentá-lo o mais rápido possível, porque sabemos que o dever de um partido, qualquer que ele seja, é apresentar as suas propostas para mobilizar o país", disse.
Preparando-se o PS para apresentar o seu programa eleitoral no próximo sábado, o secretário-geral socialista defendeu que, na actual conjuntura, "este é o momento para que as lideranças políticas expliquem aos portugueses o que devemos fazer e não o momento para que se entreguem ao negativismo".
"Este também não é um momento para ficarmos à espera, precisamos de acção, em particular do Estado e da sociedade civil. O país não pode pagar o preço da inacção e de ficar sentado à espera que a crise passe", disse, num novo ataque implícito aos sociais-democratas.
No seu discurso, Sócrates demarcou-se também da oposição à sua esquerda, dizendo que o seu partido não é uma formação política "retórica, que se limite a proclamar princípios".
"Sabemos bem a responsabilidade de quem tem de agir para obter resultados positivos", referiu.