José Sócrates lança esta noite, em Magualde, o tom que marcará a rentrée socialista de 4 de Setembro, em Matosinhos, ao lembrar a Pedro Passos Coelho que o PSD tem o seu nome inscrito no compromisso que o Governo assumiu no PEC apresentado em Bruxelas. <br />
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É no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) para 2010/2013 que está inscrita a redução da despesa pública, uma das exigências de Passos Coelho para viabilizar o próximo Orçamento de Estado (OE). Mas também é no PEC que está previsto o corte nos benefícios fiscais nas áreas da Saúde e da Educação, que Passos ameaça não aceitar.
O discurso do secretário-geral dos socialistas, que deverá incluir referências locais relacionadas com o investimento público em infraestruturas rodoviárias, equipamentos de saúde e em escolas, tem ainda espaço para uma eventual resposta à intervenção que Passos Coelho fará esta tarde no Funchal, depois de um encontro com Jardim.
Sócrates usará este tom de confronto com o líder do PSD no âmbito de uma estratégia de conflito partidário em tempo de recomeço do ano político. Um registo que deverá manter-se no discurso dos principais dirigentes do PS até à hora das negociações para a viabilização, no Parlamento, do Orçamento de Estado para 2011.
Será nessa ocasião que os chefes do Governo e do maior partido da Oposição deverão sentar-se à mesa, à semelhança do que fizeram na Primavera, quando Passos foi a S.Bento para estabelecer o acordo mínimo para a entrega do PEC à Comissão Europeia.
Essa reunião, a que o JN se referiu na edição de ontem como sendo previsível para meados de Setembro, ainda não está marcada. Segundo um esclarecimento do gabinete do primeiro-ministro, “não está, nem nunca esteve, agendado ou previsto qualquer encontro desse tipo”.
No comício de Mangualde, além de Sócrates, falará o presidente da Câmara local (ler caixa) e o líder da Distrital do PS/Viseu, José Junqueiro, que há um ano espoletou o caso das escutas em Belém, ao comentar, num comício de campanha, notícias da participação de assessores de Cavaco na redacção do progrma do PSD.
Ao JN, o também secretário de Estado da Administração local garantiu que hoje irá sublinhar a ideia de que “o PS não quer crise política mas também não a teme”. Deixará ainda uma crítica a Passos Coelho “por ter aproveitado o drama dos incêndios para ameaçar o Governo” e por só se ter deslocado a S.Pedro do Sul, um concelho do PSD, ignorando, por exemplo, o de Castro Daire, do PS.