Primeiro-ministro afirmou, em resposta ao PSD, que "o futuro Governo estará completamente livre" para tomar "todas as decisões relevantes" sobre a construção da rede ferroviária de alta-velocidade (TGV).
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"Consideramos uma irresponsabilidade parar esse projecto, porque isso teria custos significativos para o país, mas por escrúpulo democrático todas as decisões relevantes neste concurso serão tomadas pelo próximo Governo", declarou o primeiro-ministro, no Parlamento, durante o debate da moção de censura ao Governo apresentada pelo CDS-PP.
"O futuro Governo estará completamente livre para fazer a adjudicação, assinar o contrato e assinar as bases de concessão", acrescentou José Sócrates.
Em resposta ao deputado do PSD José Pedro Aguiar Branco, o primeiro-ministro afirmou ainda que o Executivo não vai "antecipar nenhuma decisão para com essa antecipação condicionar as decisões do futuro Governo" no que respeita à alta-velocidade ferroviária.
Antes, José Pedro Aguiar Branco tinha interpelado o primeiro-ministro perguntando-lhe se podia "garantir que o futuro Governo terá toda a liberdade para decidir sobre o TGV, sem constrangimentos".
“Duas caras”
Por outro lado, o social-democrata considerou que José Sócrates, depois da derrota do PS eleições europeias, "finge que não é autoritário" e apresenta-se "com duas caras".
"É preciso descaramento para falar em duas caras no momento em que fala no TGV", replicou o primeiro-ministro, referindo que Aguiar Branco "era ministro" de um Governo que assinou um compromisso para a construção de "cinco linhas de TGV".
"Estariam prontas em 2009 imagine-se. É preciso descaramento para vir falar de duas caras", reiterou José Sócrates, que alegou que o actual PSD "não quer que se faça nada".