Presidente da comissão parlamentar eventual que acompanha o fenómeno da corrupção está convencido de que Portugal "cumpre" a convenção da OCDE sobre transacções internacionais, ao contrário do que diz um relatório da Transparência Internacional.
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Um documento da Transparência Internacional (TI) coloca Portugal entre os Estados membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) que aplicam "pouco ou nada" as recomendações da entidade sobre corrupção internacional.
Esta crítica da organização não governamental dirige-se a mais de metade dos 36 integrantes da OCDE.
Apesar de não conhecer o relatório, o deputado socialista mostrou-se, em declarações à Agência Lusa, convicto que "Portugal tem cumprido a convenção que assinou" em 2001 sobre a luta contra a corrupção de agentes públicos estrangeiros nas transacções comerciais internacionais.
"Penso que Portugal cumpre a convenção da OCDE e que o Governo tem cumprido as recomendações dos relatórios que têm sido feitos pelo organismo", disse.
Vera Jardim lembra que, periodicamente, a OCDE faz exames a Portugal, mas desconhece se as recomendações "estão todas a ser cumpridas".
Quanto ao combate interno à corrupção, o ex-ministro da Justiça afirma que "Portugal está manifestamente no bom caminho" e que tem "uma das mais avançadas legislações da Europa".
Portugal faz parte do grupo de países que representam 15% das exportações mundiais, onde estão a África do Sul, Áustria, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Grécia, Hungria, Irlanda, Israel, México, Nova Zelândia, Polónia, República Checa e Turquia.
A organização entende que a crise financeira internacional não pode servir de desculpa para os governos da OCDE ignorarem o seu compromisso com o fim da corrupção internacional.
"Muito pelo contrário, a limpeza da corrupção no estrangeiro deve ser considerada como parte importante das reformas necessárias para superar a crise internacional", assinala a TI no seu relatório.
A Transparência Internacional, com sede em Berlim, é uma organização não governamental que luta contra a corrupção.