O vice-presidente do PSD, Jorge Moreira da Silva, afirmou, esta quinta-feira, que o memorando de entendimento com a troika é "necessário" mas "não suficiente" para o crescimento do país e que é preciso "desenhar já" o modelo pós-troika.
Corpo do artigo
Em Braga, na Universidade do Minho para a apresentação do "Relatório para o Crescimento Sustentável - Uma Visão Pós Troika", promovido pela Plataforma para o Crescimento Sustentável, a que Moreira da Silva preside, o social-democrata apontou ainda que o memorando "não valoriza" algumas das mais valias de Portugal.
"O memorando de entendimento com a troika deve ser encarado como condição necessária mas não como condição suficiente para o crescimento", defendeu.
Segundo Jorge Moreira da Silva, "o memorando está orientado para a consolidação orçamental mas não valoriza significativamente fatores como o conhecimento, a cultura, a educação, o ordenamento do território".
O "vice" de Pedro Passos Coelho no PSD apontou o documento de entendimento entre Portugal e o Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional "como um ponto de partida e não de chegada".
Por isso, avisou, "o modelo pós-troika tem que ser desenhado já porque o país vai acordar a 1 de junho de 2014 [data na qual cessará o programa de ajuda externa a Portugal] sem troika e sem memorando".
O pós-troika foi começado a pensar por esta Plataforma para o Crescimento Sustentável "quase na mesma data" que entrou em vigor o memorando de entendimento com a troika.
"Considerávamos que além das questões relacionadas com o défice e com o endividamento, existiam outros problemas de natureza estrutural que era essencial resolver", justificou assim Moreira da Silva o projeto.
O relatório, que contem 511 recomendações e tem vindo a ser apresentado em universidades pelo país, "assenta" em cinco pilares.
"Aprofundamento da democracia e reforço da cidadania, redefinição das funções do Estado, fiscalidade mais inteligente, investimento seletivo e aprofundamento e reforço do projeto europeu", enumerou.
"Em momentos de crise é ainda mais importante reforçar a participação cívica, melhorar a representação politica, envolver mais diretamente os cidadãos nas decisões e assegurar um quadro mais racional de desenho das políticas", desenvolveu.