Uma concentração excessiva de pessoas de diferentes culturas (fala-se em seis mil moradores, entre portugueses, cabo-verdianos, angolanos e ciganos); um bairro constituído por vários blocos de apartamentos, unidos entre si em quarteirão por "quilómetros de galerias permanentemente devassadas"; um espaço público descuidado e a quase total ausência de lojas de apoio.
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É este o cenário da Bela Vista, "um bairro onde, tendo possibilidades de escolha, não haveria ninguém que quisesse viver". A frase é de Mário Pereira, dirigente da Associação Cristã da Mocidade (ACM), a primeira instituição a chegar ao bairro, em 1986, onde tem um centro urbano de animação com várias actividades desportivas e de formação. Em seu entender, este tipo de construção é "completamente desadequada" e "gera conflitos", pelo que não vê outra alternativa que não seja a demolição e realojamento noutro local. Solução, aliás, que já é admitida pela presidente da Câmara, Dores Meira.