Furtos de arte sacra ou em locais de culto são os que têm mais expressão em Portugal
Os furtos de arte sacra ou em locais de culto são os que estatisticamente têm mais expressão em Portugal em matéria de roubo e tráfico de bens culturais.
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"A realidade é incontornável. Em 100 casos, trinta estão relacionados com furtos em locais ou com objectos ligados ao mundo da arte sacra", disse à Lusa João Oliveira, investigador da Polícia Judiciária.
João Oliveira, coordenador de Investigação Criminal da Directoria de Lisboa da Polícia Judiciária, é um dos oradores do seminário "Furto, tráfico, vandalização e abandono de bens culturais", que decorre hoje em Coimbra, na ala de seminários do Centro de Estudos Sociais (CES)
Segundo João Oliveira, a dimensão deste problema levou mesmo a Policia Judiciaria a criar um programa "Igreja Segura Igreja Aberta".
Já no que respeita a roubos de obras de museu, Portugal não tem tido um histórico nesta área.
"Temos alguns registos de casos com pouca expressão em termos de números e de tipo e valor de peças furtadas", disse João Oliveira, adiantando que não quer dizer que não venham a ocorrer no futuro.
O colóquio que hoje decorre em Coimbra está integrado no Ciclo de seminários - Património e Gestão de Conjuntos Históricos, organizado pelo Programa de Doutoramento em Cidades e Culturas Urbanas (CES/FEUC) e Núcleo de Estudos sobre Cidades e Culturas Urbanas (NECCURB).
Hoje a análise, segundo a organização, debruça-se sobre o furto e o tráfico de bens culturais como realidade que se manifesta de formas diversas, juntando-se ainda o abandono e a vandalização a que, particularmente em épocas de crise, são votados os bens culturais.
Além do coordenador de Investigação Criminal da Directoria de Lisboa da Polícia Judiciária, que falará sobre 'Furto e Tráfico de Bens Culturais -- Alguns olhares avulso', será ainda orador José António Falcão (Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja), que aborda o tema 'O Património Religioso e o Declínio do «Portugal Velho»'.