O Ministério Público acusou uma mulher pela prática de burla relacionada com falsa oferta de emprego, imputando-lhe 13 crimes de burla qualificada, dois de burla na obtenção de emprego e um crime de falsificação.
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Segundo adianta a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), a arguida - juntamente com um cúmplice ou cúmplice cuja identidade/s não se apurou - arquitetou um plano para obter benefícios patrimoniais à custa de terceiros, o qual consistia em simular a oferta de emprego no estrangeiro em empresas espanholas na área da construção civil que não existiam, cobrando quantias monetárias para a sinalização de tais proposta de emprego.
Para o efeito, a arguida fez publicar em sites apropriados na Internet diversos anúncios de oferta de emprego e criou endereço eletrónico de contacto.
Simultaneamente - adianta a PGDL -, logrou localizar e identificar pessoas a quem, em concreto - com telefonemas de comparsa não identificado -, aliciou com promessa de maior vencimento e melhores condições de emprego nas supostas empresas espanholas, para trabalhar no estrangeiro, designadamente em Cabo Verde e na Guiné.
Pedia ainda a quem contactava que divulgasse junto de amigos as suas ofertas de emprego.
Contactadas as vítimas pelo seu comparsa, a arguida assumia o papel de "secretária" ou de "funcionária" com poderes de representação da empresa espanhola inexistente, atendendo quem procurava emprego e dando seguimento às pretensões, incluindo o tratamento dos contratos e dos Vistos, chegando a pedir às vítimas certificados de registo criminal, para dar mais credibilidade ao esquema, relata a PGDL.
Para tratar do expediente, a arguida pedia a entrega de quantias às vítimas - cerca de 130 euros -, dando-lhes um documento de quitação por si forjado em nome da empresa inexistente.
Algumas das vítimas abandonaram empregos, modestos, mas que efetivamente tinham, ou deslocaram-se a Portugal apenas para tratar da concretização da promessa, falsa, e entregaram à arguida montantes essenciais às suas necessidades.
A arguida foi detida em flagrante delito em 31 de julho de 2014, num estabelecimento de cafetaria na Amadora, quando simulava a formalização de um contrato com uma vítima, tendo ficado na sequência disso em prisão preventiva até ser deduzida acusação.