O Sindicato Nacional da Polícia lamentou a instauração de um processo-crime à manifestação de polícias, em novembro, considerando que "este não é o melhor caminho para apaziguar o sentimento de revolta no seio das forças de segurança.
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"Temos conhecimento desde a altura dos factos de que iria haver um processo. Lamentamos muito que se esteja a enveredar por este caminho (...). Lamento muito que se esteja a criar em volta da manifestação um clima ainda mais denso do que aquele que já existe. Só vai trazer ao de cima mais sinais de revolta que possam existir nas polícias", disse à agência Lusa o presidente do Sindicato Nacional de Polícia (Sinapol).
O jornal "Público" adianta, esta sexta-feira, que o Ministério Público abriu um inquérito à manifestação das forças de segurança, em novembro, na qual os polícias "invadiram a escadaria da Assembleia da República", salientando que a investigação resultou de uma participação da própria PSP.
Contactada pela agência Lusa, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou ter sido registado um inquérito que tem por objeto os factos ocorridos na manifestação do dia 21 de novembro de 2013 frente à Assembleia da República. "Encontra-se em investigação", adiantou fonte da PGR.
Em declarações à Lusa o presidente do Sinapol, Armando Ferreira, disse que o sindicato vai dar proteção jurídica aos que sendo associados assim o queiram.
Armando Ferreira disse ainda que o sindicato está a preparar para breve a colocação em todas as capitais de distrito do país 200 cartazes nos quais se pode ler: "A paciência tem limites e a nossa acabou!" e "Connosco a luta continua enquanto não nos respeitarem".
"Os cartazes encontram-se em fase de produção. Decidimos levar a cabo esta iniciativa depois de uma reunião da assembleia-geral do sindicato e na sequência dos recibos do último vencimento da polícia: Ficamos surpreendidos quando percebemos que recebemos em alguns casos menos 100 euros", disse, acrescentado que os polícias não podem aceitar mais cortes, nem podem ser silenciados.
Milhares de polícias manifestaram-se a 21 de novembro em Lisboa e, depois de derrubarem uma barreira policial, conseguiram chegar à entrada principal da Assembleia da República, onde cantaram o hino nacional e depois desmobilizaram voluntariamente.
A Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um processo de averiguações aos acontecimentos ocorridos na manifestação.
