<p>Quatro armas são extraviadas ou furtadas por dia em Portugal, onde existem actualmente cerca de 1,4 milhões de armas de fogo manifestadas. A PSP está preocupada com a situação e começou a apostar na sensibilização.</p>
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Ainda não há dados oficiais relativamente a este ano. Mas o responsável pela Divisão de Armas do Departamento de Armas e Explosivos da PSP assegura que "a tendência se mantém inalterável" relativamente a 2008, ano em que "desapareceram" 1154 armas.
De acordo com o subintendente Pedro Coelho de Moura a maioria das armas "são furtadas do interior das residências", onde "os cuidados com a sua guarda são frequentemente inexistentes ou deficitários".
Preocupante é também, segundo o responsável, o facto de muitos elementos de forças e serviços de segurança ou das Forças Armadas deixarem as suas armas no interior dos veículos e estas serem furtadas. "Estes elementos não estão desobrigados do cumprimento das condições de segurança para a guarda de armas, estando também sujeitos às regras gerais da lei", frisou o subintendente.
Até Março deste ano, a PSP recebeu 47 armas encontradas em terreno de caça, representando cerca de um terço do total de armas recuperadas em áreas de caça. Associado a este facto, frisa o responsável "há ainda a considerar o elevado número de armas que são furtadas do interior de veículos, garagens e arrecadações e dos designados barracões agrícolas".
Segundo dados oficias da Polícia mais de 800 armas extraviadas ou roubadas são de caça, e mais de 300 dizem respeito a armas de defesa pessoal. Em 2008, a maioria das ocorrências de extravio ou furto registaram-se nos meses de Março e Agosto.
A contabilidade da PSP - que fruto das suas competências controla todo o tipo de armas com excepção das que pertencem às Forças Armadas e outras forças e serviços de segurança - revela parte da realidade, já que dificilmente se pode contabilizar as armas que alimentam o mercado paralelo e a criminalidade violenta.
A maioria das armas ilegais que têm sido apreendidas, e que provêm do furto ou extravio, são por norma transformadas, o que as torna extremamente perigosas. Segundo a PSP, em 24 anos - de 1984 a 2008 - foram declaradas extraviadas ou furtadas cerca de 32 mil armas, tendo entrado no depósito com apreendidas, nos últimos três anos, cerca de 15 mil.
Em decréscimo estão os furtos em armeiros, justificada com a obrigatoriedade da guarda das armas de fogo ser feita em cofre não portátil.
Depois da campanha da entrega voluntária de armas de fogo (recebidas mais de 6400), a PSP iniciou em Junho deste ano a realização de seminários que decorrem em todos os comandos distritais do Continente e ilhas. A ideia, refere o director do gabinete de imprensa da Polícia, é "falar de armas numa perspectiva transversal". O comércio de armas, as práticas venatória e desportiva e o coleccionismo são, segundo o comissário Paulo Flor os temas em destaque nestes encontros.